Ano é marcado por indicadores positivos na economia de Santa Catarina |
Corupá – terra dos pedriscos rolantes -, pode ser bem mais do que Corupá, pode ser também Hansa Humboldt. Sim, lá atrás evocava esse
personagem, misto de cientista e herói, contemporâneo de Goethe. A trajetória de Alexander Humboldt é simplesmente eletrizante. Mais
detalhes no livro “ A Invenção da Natureza” de Andrea Wulf.
Polêmicas e toponímias à parte, outros são os tempos. Tempo de FECAPLANT – Feira Catarinense de Flores e Plantas Ornamentais. Edição
2024, a oitava. Desenho próprio, evento de amostras e palestras. Jardim temático.
A cadeia produtiva de floricultura se destaca pela gama de oportunidades. A produção em si, diversa que é, abrange milhares de espécies. E hibridações e domesticação de plantas silvestres, dia a dia, potencializam ainda mais o setor. Diria: descortinam novos horizontes. À
montante da cadeia produtiva: máquinas, equipamentos e insumos; e, à jusante, a robusta rede distribuidora. E, sobretudo o público consumidor, ávido por novidades.
Há quem diga, e com razão, plantas e moda se renovam com as estações.
Lá estávamos para vislumbrar potencialidades. E, sobretudo, inovações. E não faltaram, obviamente. A surpresa, uma linha de vasos
que facilitam a oxigenação das raízes. Tecnologia canadense, mas já presente em terras tupiniquins. Haja criatividade! E que resultados
espetaculares. Sem dúvida, uma revolução do mundo vegetal à vista; percebe-se claramente.
E hibridações, então; ó santa e pródiga natureza, a revelar-se nas mãos de melhoristas. Artesãos da botânica, sem dúvida. Jadir Zwirtes,
Engenheiro Agrônomo da Lazzeri Brazilian Genetics, não esconde o entusiasmo. Apresenta a coleção de híbridos, trabalho minucioso deste a instalação da empresa em Vacaria, RS. O projeto inicial: produzir maçã. Mas, como a tradição da família Lazzeri na Itália era multiplicar plantas ornamentais, cedo perceberam que era um nicho de mercado a ser desenvolvido.
Com mais de vinte e cinco anos de casa Jadir passou por todos os setores da empresa. E, agora, como melhorista, vibra. Realizar novas hibridações, segundo ele, exige um projeto específico. Visão do futuro ente vegetal. Antecipar características desejadas. Tonalidades. Combinação de cores. Tamanho da flor. Fixação genotípica e fenotípica, portanto.
Nada se compara, entrementes, a alegria de produzi-las, e, mais ainda apresentá-las ao público. E vai apontando espécies hibridadas: impatiens, begônias, gerânios, verbenas, poinsétia, hibiscus, catharanthus, mandevilla e por aí afora. Extensa a coleção. E promete mais surpresas.
Outras palestras igualmente relevantes: emprego do biofertilizante para embelezamento de ornamentais, com o doutor Alexandre Visconti, e Controle de formigas com Wilson Reis, ambos pesquisadores da Epagri.
Ah, sobre formigas, Wilson foi taxativo, cautela com elas, pois existem desde o tempo dos dinossauros. Coisa de 130 milhões de ano. E o homem esta aqui há apenas 300 mil anos. Portanto, se sobreviveram a tantas vicissitudes, é porque tem seus macetes. E pasmem, das 24 mil espécies existentes no mundo, apenas 1% delas causam algum tipo de problemas às plantas. Todas, sem exceção, desde que em equilíbrio ambiental, são benéficas. E arrolou vários desses benefícios.
Ao visitar os stands, uma grata surpresa, a presença da Eliane Müller, mulher guerreira incomparável. Bananicultura da gema. Filha de Conrado Müller, popular Koni, um dos fundadores da Associação dos Bananicultores de Corupá, ASBANCO. Foi prefeito. E agora, como sempre – assim como em priscas fora o notável Cincinatti -, cuida dos bananais.
Eliane, informa que acaba de retornar do Vale do Ribeira onde participou de um importante evento da bananicultura nacional. E que este
evento, no próximo ano, será em Santa Catarina, mais precisamente em Corupá.
Pergunto pelo Koni, seu pai.
- Acredite se quiser: aprontou.
- Como assim?
- Foi podar uma árvore e veio abaixo. Caiu de uma altura de cinco metros, mas firme. Em pé. Lá se foram os calcanhares pro brejo. Afora as
escoriações, tudo certo.
- E emenda: - ora, com essa idade, precisava aprontar essa. Mas sabe, como é meu pai. Não é de mandar, é de fazer. E tem que ser ele. Não surpreende a garra da gente amiga de Corupá. Raízes profundas.
Ou por outra - para os mais chegados -, a sempre e eterna Hansa Humboldt.
E, agora, porque não - terra da Eliane -, mulher coragem.
Joinville, 25 de maio de 2024
Onévio Antonio Zabot
Engenheiro Agrônomo
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